Síndrome do Intestino Irritável (SII)

Introdução

A Síndrome do Intestino Irritável (SII) apresenta-se como um conjunto de sintomas provocadoas pelo mau funcionamento do intestino, sendo mais comum em mulheres, entre os 20 e 45 anos de idade, apesar de ocorrer em qualquer idade e sexo. A SII é uma das doenças gastrointestinais mais comuns atingindo de 15 a 20% da população geral.

É considerada um doença funcional, ou seja, uma desordem no funcionamento do intestino e não uma lesão orgânica, onde se encontra alteração na estrutura do órgão. Por isso os exames na maioria das vezes encontram-se normais e o paciente continua sua luta em busca da explicação para suas queixas se não for corretamente diagnosticado. Apesar de sua evolução benigna tem implicações econômicas relevantes, pelos seus custos diretos (como consultas, exames diagnósticos e medicamentos), custos indiretos (diminuição da produtividade e ausência ao trabalho), além do prejuízo na qualidade de vida, refletindo em suas relações pessoais, sociais e laborais, ocasionando alterações psicológicas, do sono e da atividade sexual.  

Quais os sintomas da SII?

Um comitê internacional de especialistas estabeleceu nos últimos anos critérios específicos para o diagnóstico da SII, e de acordo com o último consenso (Roma III, 2006) a SII caracteriza-se por dor e/ou desconforto abdominal, contínuos ou recorrentes, geralmente localizados no abdome inferior, ocorrendo no mínimo, 3 dias por mês nos últimos 3 meses e que apresentam pelo menos duas das seguintes características:

- alívio dos sintomas com as evacuações;

- ínício associado às mudanças na frequência das evacuações -  < 3 evacuações/semana ou > 3 evacuações/dia; 

- início da dor associado com alteração na forma e aparência das fezes (amolecidas ou endurecidas).

Essa síndrome tem evolução crônica e manifestações que variam de leve a muito exuberantes. Outros sintomas que podem estar presentes reforçando o diagnóstico, são a distensão abdominal, sensação de evacuação incompleta, aumento do esforço para evacuar, urgência evacuatória, presença de muco nas fezes, gazes (flatulência ou eructações frequentes), formato anormal das fezes (fragmentadas, duras, pastosas ou líquidas), dificuldade de digestão e irritabilidade.

Desta forma o diagnóstico é fundamentalmente clínico, baseando-se nos cirtérios de Roma III descritos acima e a maioria dos pacientes com sintomas típicos não precisa de exames para complementar o diagnóstico e que não apresentam sinais de alarme (emagrecimento, anemia, sangramento, febre, mudança no calibre das fezes, massa palpável e história familiar de câncer). O seu médico saberá avaliar a necessidade de realizar exames ou não.

Quais as causas de SII?

A SII pode apresentar diferentes causas entre elas fatores psicológicos, aumento da atividade dos movimentos intestinais, aumento da sensibilidade à dor e infecção intestinal

Como a dieta interfere na SII?

Em relação à dieta nenhuma altereção rigorosa está indicada, contudo devemos sempre respeitar as tolerâncias individuais. É necessário ter uma dieta adequada, essencialmete pobre em gorduras e em alimentos sabidamente produtores de gás, sobretudo se há queixa de distensão abdominal e flatulência (gazes). Recomendamos a ingestão de fibras e líquidos, sobretudo para pacientes com constipação intestinal. Intolerâncias específicas ao glútem e à lactose devem ser reconhecidas.

Uma vez estabelecida a relação entre determinado alimento e os sintomas, justifica-se sua exclusão.

 Tratamento

O tratamento com medicamentos visa o alívio dos sintomas e nas fases de melhora podem ser dispensados. Alguns pacientes se beneficiam de acompanhamento psicológico, que mostra bons resultados reduzindo o estresse e atenuando os sintomas da síndrome.

Laudos Online